segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ôm Símbolo universal do Yoga



É o mais conhecido yantra do Yôga, traçado chama-se ômkara, pronunciado chama-se pranava. Este símbolo é tão antigo que sua origem é incerta. Podemos dizer que ele vem de um período tão antigo como as primeiras civilizações que habitaram o local que hoje é chamado de Índia, em um período anterior a invasão ariana. Sua escrita curvilínea em nada se assemelha ao traçado retilíneo do dêvanágari que é o alfabeto utilizado para escrever sânscrito.Acredita-se que contém as cinco matérias primitivas: água, ar, éter, fogo e terra.



O Om (ॐ) é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do infinito e a semente que "fecunda" os outros mantras. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Apesar de haver controvérsias, pois algumas escolas acreditam que Om e Aum são dois mantras diferentes. Estas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho. "Este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são os três sons".
Representa também os três gunas: tamas, rajas e sattva; a trindade hindu: Brahma, Vishnu e Shiva; os três estados de consciência: vigília, sono e sonho; criação, manutenção e destruição – não por acaso também os atributos da trindade hindu.

"O pranava — o mantra Om — é a jóia principal entre os outros mantras; o pranava é a ponte para atingir os outros mantras; todos os mantras recebem seu poder do pranava; a natureza do pranava é o Shabda Brahman (o Absoluto). Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Ser. Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Brahman. A visão do mantra Om é como a visão da própria forma. A contemplação do mantra Om é como atingir a forma de Brahman". ( Mantra Yoga Samhitá, 73)

Na Índia, o mantra Om está em todas partes. Hindus de todas as etnias, castas e idades conhecem perfeitamente o seu significado. Ele ecoa desde a noite das cidades em todos os templos e comunidades ao longo do subcontinente.
Como fazer a vocalização correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém que sabe? O mantra se faz numa exalação profunda, e sempre em ritmo regular. Após a exalação vem uma inspiração nasal prolongada. Não pode haver tremor na voz ao repetir o mantra. A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É aquela que resultar mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar-se.
O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a, mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a, se transforma numa espécie de o aberto, que vai fechando progressivamente.
No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma em um m, que em verdade não é exatamente um m, mas uma nasalização. Esta nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da palavra násika, nariz. Mais claro, impossível. Em verdade, o mantra poderia grafar-se Aoõ. Neste ponto, o ar sai pelas narinas e o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselhamos que você treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai subindo conforme o mantra evolui.
Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que ao emitir a letra inicial (que começa como um a, não esqueça), a nasalização do m já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra m. Ao perseverar na vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta.
Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza.

"Com Om vamos até o fim o silêncio de Brahman (o Absoluto). O fim é imortalidade, união e paz. Tal como uma aranha alcança a liberdade do espaço por meio de seu fio, assim também o homem em contemplação alcança a liberdade por meio do Om."

Essa técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no Yoga. Estimula o ájña chakra, na região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior. Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om.
Além desses bíja mantras principais, aparece ainda sobre as pétalas de cada chakra uma série de fonemas do alfabeto sânscrito são os bíjas menores, que representam as manifestações sonoras do tipo de energia de cada chakra. Desta forma, cada sílaba de cada mantra estimula uma pétala definida de um chakra particular. Este é o motivo pelo qual o sânscrito é considerado língua sagrada na Índia seu potencial vibratório produz efeitos em todos os níveis.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CORPO SUTIL




O mais antigo modelo explícito da hierarquia interior é o dos cinco “invólucros” (koshas). O corpo físico teria um correspondente sutil que não é feito de matéria grosseira, mas de uma substância mais refinada, uma energia. A “anatomia” e “fisiologia” dessa imagem suprafísica do corpo físico – o chamado “corpo astral” ou “corpo sutil”- tornaram-se objetos de uma investigação intensa. A concepção geral, porém, é a de que os órgãos do veículo sutil são tão reais quanto os do corpo físico.
A força vital (prâna) condensada no corpo sutil é parecida com a eletricidade, pois se move ao longo dos nadis. Quando o yogin força a energia vital a entrar no canal axial, está estimulando a energia latente da kundalini a subir até produzir o desejado estado de samadhi. Se compararmos a força vital à eletricidade, a kundalini será semelhante a uma carga elétrica de altíssima voltagem. Se compararmos a força vital como uma brisa agradável, a kundalini será comparável a um furacão.

CHAKRAS



Existem correntes vitais que nutrem nossos corpos e são ligadas ao organismo através de centros de energia chamados chakras. São coágulos de energia vital que vibram em diferentes frequências. Esta palavra é de origem sânscrita e significa "roda". Quem tem clarividência, consegue visualizar os chakras como discos (vértices redondos e brilhantes).
São sete chakras que fazem parte da nossa anatomia invisível, exercendo uma função sutil no sistema nervoso e endócrino do corpo físico.
Eles dispõem-se verticalmente ao longo do canal axial. Quando os chakras estão harmonizados, as correntes da vida fluem com mais vigor através das estruturas etéreas, influenciando beneficamente os órgãos físicos.
Assim, as emoções tornam-se mais intensificadas, as atitudes mais otimistas, além da autoconfiança e amor-próprio.
A sequência dos chakras a partir da base é a seguinte:

Mûlâdhâra (mula= raíz, adhara=apoio)



Situado no períneo, este chakra, que também é chamado simplesmente de âdhâra, está ligado ao elemento terra, ao sentido de olfato, aos membros inferiores, ao mantra sânscrito lam e ao elefante (símbolo da força). As divindades que o regem são Brahma (o Deus Criador) e a deusa Dâkinî. Segundo o Tantra, a meditação sobre este centro conduz o domínio do desejo, da inveja e da paixão. É representado, em geral, como um lótus vermelho-escuro de quatro pétalas que representa as nadis. Ao centro, existe um quadrado amarelo, símbolo do elemento terra. Dentro deste quadrado, aparece um triângulo invertido que representa a energia kundalini ou poder da serpente, já que na sua forma, ela aparece enrrolada em torno da base da coluna vertebral. É a sede da kundalini-shakti em estado latente e ponto de partida de sushumna.

Svâdhisthâna (sva= próprio, adhisthana= base)



Localizado nos órgãos genitais, este chakra está ligado ao elemento água, ao sentido do paladar, às mãos, aos mantra vam e a um monstro aquático semelhante a um crocodilo (símbolo da fertilidade), além de controlar as funções dos rins e da região abdominal inferior e atua no baço, onde emana vitalidade. As divindades que o regem são Vishnu e a deusa Râkinî. Este centro é representado como um lótus carmim de seis pétalas.

Manipura (mani= jóia; pura= cidade)



Situado no umbigo, é também chamado nâbhi-cakra (roda do umbigo). Este centro psicoenergético está ligado ao elemento fogo, ao sentido da visão, ao ânus, ao mantra ram e ao carneiro (símbolo da energia ígnea). As divindades que o regem são Rudra e a deusa Lâkinî. As correntes de energia deste chakra fluem para dentro dos órgãos internos do corpo físico, controlando o estômago, o fígado e os intestinos. Este chakra se relaciona também com o fluxo menstrual e exerce influência na visão em ambos os sexos. Seu ponto focal no corpo físico está no pâncreas. Meditar neste chakra ajuda a libertar a pessoa de todas as doenças, além de aumentar o poder de concentração. Este centro é representado como um lótus amarelo forte de dez pétalas.

Anâhata (não-tocado, não-tangido)



Este centro está situado no peito (intersecção da linha mediana e da linha que liga os dois mamilos), localiza-se no coração e por isso é comumente conhecido como hrid-padma (“lótus do coração”), um lótus azul de doze pétalas. O nome anâhata-cakra vem do fato esotérico de ser o coração o lugar onde se pode ouvir o “som” (nâda) transcedental – a “música das esferas” de Pitágoras - , que “não é tocado”, ou seja não é produzido por meios mecânicos. O lótus do coração está ligado ao elemento ar, ao sentido do tato, ao pênis, ao mantra yam e ao antílope negro (símbolo da presteza). As divindades que o regem são Îsha e a deusa Kâkinî. Na parte central deste chakra, existem dois triângulos entrecruzados, simbolizando o micro e o macrocosmo. Dentro desses triângulos, encontra-se a verdadeira centelha do mundo divino. Meditar neste chakra, e nas suas cores, rosa e verde, é desejar tornar-se uma pessoa mais sublime, além disso, faz com que a pessoa se torne mais atraente pelo sexo oposto, além de ser um recipiente do amor cósmico.

Vishuddha (“puro”)



Situado na garganta e representado como um lótus de desesseis pétalas e cor violácea escura, este chakra está ligado ao elemento éter, ao sentido da audição, à boca e à pele, ao mantra ham e ao elefante branco (símbolo da força pura). É a porta de entrada para a sabedoria. As divindades que o regem são o andrógino Ardhanarîshvara (Shiva e Pârvartî) e a deusa Shâkinî.

Âjnâ (“comando”)



Localizado no cérebro, no espaço intermediário entre os olhos, este centro psicoenergético também é chamado de “terceiro olho”. Tem o nome de âjnâ porque é através dele que o discípulo recebe comunicações telepáticas do mestre. Por esse motivo, é chamado também de guru-cakra. Este centro está ligado a manas, ao aspecto da mente que cuida do processamento das informações colhidas pelos sentidos. O Âjnâ-cakra também está ligado ao sentido de individualidade (ahamkâra)e ao mantra OM. As divindades que o presidem são Parama-Shiva e a deusa Hâkinî. É representado como um lótus de duas pétalas e cor branca ou cinza-claro. Contém uma representação simbólica do falo dentro de um triângulo que aponta para baixo (o desenho todo significa a polaridade Shiva/Shakti). A meditação neste chakra faz com que a pessoa se livre das conseqüências das ações das encarnações anteriores. A glândula pituitária se relaciona no corpo físico deste chakra.

Sahasrâra (sahasra= mil; ara= pétalas)



Situado no topo da cabeça, este chakra tira seu nome das miríades de filamentos luminosos que o compõem. A rigor, não faz parte do sistema de chakras; é um ponto que transcende o corpo, um ponto que parece fazer a ligação entre a Consciência e a froma humana. Essa idéia é indicada pelo linga luminoso, símbolo de Shiva, colocado no meio deste lótus. Os elementos simbólicos ligados a cada chakra servem para ajudar os yogins a elaborar visualizações complexas que mantêm a mente estável e geram vários poderes paranormais (siddhi), bem como o êxtase. As cores que correspondem a este chakra são o violeta, o dourado e o branco. E o mantra, além de todos que já foram dito, é o aum.

Nadis

Da mesma forma que o ser humano possui os órgãos, ele também tem órgãos de luz (energia). Esses órgãos não são visíveis, mas podem ser sentidos sensoriamente. Pode-se dizer que o corpo denso possui uma “cópia” de natureza energética. O ser humano está constituído por 7 corpos diferentes. Os órgãos mais importantes do corpo energético são: nadís, chakras, kundalini e manas.





Em sânscrito, nadí significa “rio” ou “corrente”. Através dos nadis o prána passa, promovendo um som semelhante ao som de um rio, que flue sem parar.
Dos milhões de nadís existentes, 5 podem ser destacadas por serem as mais importantes, 2 externas e 3 internas. As externas se chamam ída e píngala nadí e correspondem à narina esquerda e direita respectivamente. A nadís internas mais importantes estão localizadas dentro da medula espinhal. A primeira é denominada sushumna nadí (o grande vazio), a segunda é vajriní e a terceira chitriní, que contêm um ao outro respectivamente.
O canal mais importante, Sushumna, transporta o prána da base da espinha para o topo da cabeça, promovendo a iluminação, objetivo do Yoga.
À direita de sushumna está píngala, que começa na base do eixo central e termina na narina direita. Esta é responsável por revigorar todo organismo, com a energia que vem do sol. Também regula as funções respiratórias e cardiovascular. Suas características são: masculino, energia solar, ação, planificação, futuro, yang. À esquerda de sushumna está ída, o canal do conforto. Começando acima dos órgãos sexuais, termina na narina esquerda e governa a metade inferior do corpo, do umbigo até os pés. É a nadí que promove o relaxamento e restaura o equilíbrio do corpo. Controla a expiração (rechaka) e a retenção apos a expiração (shunyaka). Suas características: Feminino, energia lunar, emoção, passivo, yin.




Ida e píngala se entrecruzam em torno da coluna vertebral, passando por ambos os lados alternadamente. Cada vez que elas se cruzam, formam um centro energético chamado Chakra. Assim, elas criam os 6 chakras principais ao longo da coluna vertebral.

O objetivo do yogin é captar prána por meio de ida e píngala e direcionar essa energia vital para sushumna. Uma vez dentro do canal principal, o prána aciona a kundalini, a energia de caráter sexual localizada na base da coluna. É a chegada dessa energia ao topo da cabeça que gera o estado de samadhi. Daí a importância de matermos a coluna ereta o tempo todo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

HATHA YOGA



Hatha Yoga é uma técnica de integração através da progressiva purificação do corpo, o desenvolvimento das suas potencialidades, a perfeição de seu funcionamento e a unificação da mente com ele.
“Há” representa a energia vital (prána) e “tha” a energia mental (manas). Portanto, Hatha Yoga é a união entre prána e manas, que resulta num despertar da consciência.
O significado literal é a conjunção de sol (ha) e lua (tha). Por sol se entende o princípio positivo, ativo e masculino da criação; a lua representa o princípio negativo, passivo e feminino. Hatha é então a união consciente dos princípios que constituem a dualidade básica do homem: espírito-matéria.
O principal objetivo do Hatha Yoga é criar um equilíbrio dos processos físicos, energéticos e mentais. Quando esse equilíbrio é estabelecido, o canal central (sushumna nadi) desperta, promovendo a evolução da consciência humana.

Na essência, Yoga é a união do ser humano com o divino que existe dentro de cada um de nós. É a possibilidade de nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. E pra completar, o praticante ainda conquista:
 um corpo saudável e bonito;
 maior capacidade concentração e criatividade;
 músculos e idéias mais flexíveis;
 melhor qualidade de vida.
Em ouras palavras, Yoga torna-nos mais felizes.


ÁSANAS


Qualquer posição que posa ser mantida com tranquilidade e serenidade é Ásana.
Os ásanas são as posições físicas do Yoga que visam trazer saúde, estabilidade e leveza ao praticante. Os yogues descobriram que o controle sobre o corpo físico abre os canais energéticos e centros psíquicos. Por isso, eles utilizaram os ásanas como base para explorar o corpo físico, a respiração, a mente e estados de consciência mais profundos.
Além de facilitar a meditação, os ásanas liberam os bloqueios do sistema energético, removendo toxinas, promovendo a flexibilidade e um estado de saúde perfeito. Para o hatha yogin, o corpo é um instrumento de aperfeiçoamento, que deve ser cultivado sem apegar-se a ele. Corpo, mente e consciência são inter-relacionados e não podem ser divididos, pois são apenas aspectos diferentes do ser. A meta do Yoga é atingir um estado de êxtase através do despertar da Kundalini. A prática dos ásanas estimula os Chakras e facilita a ascenção da energia. Existem vários ásanas específicos para este propósito.

Surya Namaskar
O treinamento disciplinado do Surya Namaskar é uma das mais eficientes formas de o yogin manter equilibrados os Chakras – centros de energia que existem ao longo da coluna vertebral.
As posturas que compôem este exercício, cujo nome significa Saudação ao Sol, devem ser feitas diariamente, de 2 a 12 vezes, de preferência logo que despertar. Em cada posição, tenha consciência de todo o seu corpo e de sua respiração. Ritmo da respiração não deve ser alterado durante a prática. Em geral, os movimentos para cima são acompanhados de inspiração e, para baixo, de expiração. Lembre: conforto acima de tudo, sem dor nem cansaço.



PRÂNÂYÂMA

“Prâna” significa energia vital ou a totalidade de todas as energias do universo. “Ayama” significa condicionar ou ganhar controle. Portanto Prânâyâma é a ciência que explica como controlar a energia.
Designamos Prânâyâma à captação de prána por meio de exercícios respiratórios. As técnicas utilizadas foram elaboradas há mais de 5 mil anos na India antiga. Elas são executadas de forma consciente e coordenada, fazendo que os resultados atuem sobre a Kundalini. Foi para isso que os Yogues elaboraram o Prânâyâma, com o propósito de despertar a força ígnea, localizada na base da coluna vertebral.
Os exercícios estabelecem uma visão entre o consciente e o inconsciente. O Prânâyâma capta o prána, desperta a Kundalini, ativa os Chakras, alimenta a mente e evidencia a consciência.
Durante a prática, jamais deverá haver cansaço e o praticante sempre termina com uma sensação de energia abundante, sereno e tranquilo.
O primeiro passo para aprender a respirar melhor é a reeducação respiratória. A respiração deve ser sempre nasal, lenta, suave, profunda e completa. As partes baixa, média e alta devem ser bem exploradas.
A respiração é principalmente um ato muscular, e o avanço do praticante depende muito do treinamento dos músculos. Por isso, a respiração abdominal (Adhama), intercostal (Madhyama) e torácica (Uthama) devem ser treinadas separadamente no início, antes de tentar a respiração completa do Yoga (Pràna Kriya).
As quatro fases da respiração são compostas por:
 Puraka – inspiração, fase de captação do prána.
 Kumbhaka – retenção do ar com os pulmões cheios, fase de absorção de prána.
 Rechaka – expiração, fase de expulsão do ar residual.
 Shunyaka – retenção com os pulmões vazios, ou seja, ausência de respiração.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Yoga

Um pouco de História

Na índia, Religião e Filosofia sempre andam juntas. A Religião indiana se perde nos tempos, talvez seja a mais antiga do mundo. Os Árias, provenientes do Norte, invadiram a India no ano 2000 a.C., pondo fim à civilização dravidiana. Trouxeram consigo seus costumes, literatura, pensamentos, religião e a escritura sagrada – o Sânscrito. O culto das forças naturais, os ensinamentos e ritos consignados nos livros sagrados, com o tempo transformaram-se no Brahmanismo, substituindo o Vedismo que era uma religião complexa. Os sacerdotes Brahmanes continuaram, no entanto, pesquisando nos Vedas como manter o equilíbrio do Universo, utilizando-se dos Upanishad – O Livro de interpretação dos Vedas.
O sec. VI a. C. marcou o fim do Vedismo, provocando uma crise filosófico-religiosa. Do Brahmanismo ou Vedismo nasceu o Hinduísmo. A história da India está intimamente ligada a esta religião desde 4000 a.C. É uma regra de vida, mais do que uma religião, dominando até hoje pelo seu grande número de adeptos. O seu pavilhão é repleto de deuses, formando para o leigo um verdadeiro festival colorido, com ritos, sons e pessoas. Posteriormente, outras religiões se formaram, dentre elas o Jainismo e o Budismo. Aquele se baseava na antiga sabedoria dos Vedas, pregando a Encarnação, o Karma e a Libertação humana. Como a maioria dos sistemas filosóficos hindus, a doutrina Jainista visa libertar a alma da alternância perpétua de nascimento e morte, terminando a samsâra (ciclo de vida) e conduzindo à Libertação. Os seus praticantes aceitavam o sistema de castas, a lei do Karma e a transmigração da alma. Os deuses principais formam uma tríade: Brahma – o criador, Vishnu – o conservador, e Shiva – o destruidor, estes deuses realizam maravilhas, sendo considerados como heróis pelos seus feitos, ora como deuses, ora como homens.
A Filosofia em seus primórdios era ensinada oralmente de mestre para discípulo, tendo suas raízes na mitologia e na religião. Baseando-se nos Shruti (revelações dos deuses contidas nos Vedas), os pensadores indianos construíram suas Escolas Filosóficas ou Sistemas (Darshana) à partir das lendas e rituais religiosos cujo objetivo principal era a felicidade humana.

A Filosofia Yoga

O Sistema Yoga, um dos seis Darshana, tem resistido aos séculos e o seu objetivo é a Educação Integral do Ser, procurando atingir o perfeito desenvolvimento corpo-mente-espírito.
A palavra Yoga deriva da raíz sânscrita “yuj”, que significa atar, reunir, dirigir, concentrar, usar e aplicar, comunhão e união. É a verdadeira união da nossa vontade com a vontade de Deus. Significa o unir de todas as forças do corpo, da mente e da alma com Deus; a disciplina do intelecto, da mente, das emoções e da vontade; uma atitude da alma que permite o praticante encarar a vida em todos os seus aspectos de equanimidade.
O compilador de todo o conhecimento do Sistema Yoga foi Patanjali, aproximadamente no séc. II a.C.. Sintetizou a essência da Filosofia Yogue, harmonizando-a à técnica através de profundos estudos. Destas observações originaram-se os principais caminhos do Yoga (Hatha, Jnâna, Karma, Bakti e Râja). Os primeiros ascetas, antes da codificação de Patanjali, observaram os animais e as plantas, transferindo para os homens os seus movimentos e formas, a fim de obterem a flexibilidade dos corpos, a calma e o repouso mental. Recorriam aos deuses e aos sábios para dar nome aos ásanas.

Yoga é


Patanjali define “Yogash chitta vritti nirodah”, isso pode ser traduzido como: “Yoga é a supressão (nirodah) das flutuações (vritti) da consciência (chitta)”. Y.S.1.2
Yoga é a aptidão de dirigir a mente exclusivamente para um objeto e sustentá-la naquela direção sem nenhuma distração. Sobre o controle da mente, Krishna disse no Gita: "Sem dúvida, a mente é incansável e difícil de controlar, mas ela pode ser treinada pela prática constante e pela libertação do desejo. Assim, o homem que se controla pode atingir a comunhão com o divino e dirigir sua energia pelos meios adequados”.
E, você se pergunta: Mas como irei conseguir isto? Apenas através daquelas posturas que beiram o contorcionismo? E eu lhe direi que não apenas, o caminho é mais longo, e começa dentro de você.

As oito etapas do Yoga

A prática do Yoga compreende oito etapas ou graus que são literalmente os oito “membros” (Ashtânga) do Yoga.
As duas primeiras etapas constituem o fundamento prévio de toda a prática yoguica, são as abstenções e as observâncias. Se esta base não estiver assegurada, a prática ulterior será instável, interrompida ou pervertida. Por isso, antes de se preocupar com o exterior, com a prática em si, deve-se olhar para dentro e reconhecer esses aspectos.

1- YAMA
Comportamento ou disciplina ética. São em número de cinco:
- ahimsa – não-violência de atos, palavras e pensamentos.
- satya – verdade . Não mentir, equivocar, distorcer ou omitir a verdade.
- asteya – não roubar objetos, idéias ou méritos.
- brahmacharya – preservação da energia sexual para utilizar em fins superiores.
- aparigraha – não possessividade com objetos, pessoas, bens.

2 – NIYAMA
Regras de conduta que visam a organização da vida interior, pessoal.
- saucha – purificação do corpo físico, do pensamento e das emoções.
- santosha – contentamento, estar feliz com o que tem, sem alimentar desejos de ter mais.
- tapas – esforço para atingir seus objetivos, sejam físicos, espirituais ou pessoais.
- svadhyaya – estudo de si mesmo e dos textos sagrados.

- Îshvara-pranidhana – literalmente significa “sentar ao pé do Senhor”, portanto a consagração de si a Deus, sem passividade, mas com confiança.
Estas 3 últimas consistem no “Caminho do Yoga” ou meio que o sadhaka não deve deixar de seguir para tornar-se um yogue.

3- ÂSANAS

A postura (âsana) constitui a terceira etapa do Yoga. Deve responder a duas exigências : ser estável e agradável. Ela torna-se perfeita pela prática da calma profunda e pela meditação sobre o espaço infinito.


4 – PRÂNÂYÂMA

A disciplina do sopro. A quarta etapa do Yoga. Quando a postura é conseguida, segue-se a disciplina do sopro. Pela regulação do sopro respiratório, adquire-se o domínio sobre todos os outros “sopros vitais” ou correntes sutis de energia.

5 – PRATYÂHÂRA
A abstração dos sentidos. Quinta etapa do Yoga. Intimamente ligado aos ritmos da respiração, pois quando se consegue o domínio do Prânâyâma, os sentidos são canalizados para o interior do indivíduo.
Prânâyâma e Pratyâhâra são princípios do Hatha Yoga.

6- DHÂRANÂ
A concentração é o sexto estágio do Yoga. É a etapa que leva o praticante à meditação.

7- DHYÂNA
Meditação. É o aperfeiçoamento de Dhâranâ, sem interrupção, é um contínuo esforço mental para assimilar o objeto da meditação. Constitui o sétimo grau do Yoga.

8 – SAMÂDHI
É a união do espírito com o objeto da meditação, num processo perfeito de interiorização e aprofundamento, atingindo o estado de Nanda. O corpo e os sentidos acham-se em repouso, mas a mente e a razão estão abertas e ativas. É o despertar além da consciência. A pessoa em Samâdhi está plenamente consciente e perfeitamente alerta. Samâdhi é a etapa essencial do Yoga. É o oitavo e último grau do Yoga, sendo um princípio do Râja Yoga.